Em ruínas
O meu terraço fica ao nível do segundo andar desse prédio, com vista previligiada para o que por lá se passa. Sacos-cama pelo chão, corda da roupa com toalhas estendidas, muita gente a passar de um lado para o outro, seringas e cascas de limão, lixo, muito lixo, gente a viver em condições degradantes. Isto numa zona central de Benfica, de imenso movimento, com prédios novos em frente, a polícia sempre a rondar. Não posso ir ao terraço sem ver toda a movimentação de uma sala de chuto. E sem me verem de lá.
Não consigo perceber porque não faz a Câmara alguma coisa acerca da situação, já que não pode haver um prédio ali, seria de esperar que o deitassem abaixo e fizessem um jardim, afinal os espaços verdes na cidade não só não abundam como são alvo de constante promessa eleitoral.
Mas por enquanto, eu ofereço-me para prestar um serviço público de interesse à comunidade: quem tenha filhos e os queira educar mesmo a sério acerca dos riscos e malefícios das drogas pesadas, faça favor de mandar e-mail para visitas de estudo aqui a casa. Garanto que as crianças não se hão-de esquecer nunca.