fevereiro 08, 2009

Carrie Bradshaw knows good sex*

Volta e meia, gosto de rever "O Sexo e a Cidade". Ah, o conforto daquelas personagens conhecidas, tão perfeitamente delineadas, que afinal representam facetas de todas (/os?) nós. Desde que a série começou, lá para o fim dos 90's, que eu me identifiquei com um mix de cerca de 45% Carrie, 40% Miranda, 14% Samantha e 1% Charlotte. Já me têm ouvido dizer que se cheguei assim aos 30, parece-me difícil que mude tão cedo. Agora, eu não via a primeira série há uns anos, e se é verdade que me continuo a identificar com as personagens largamente na mesma medida, fiquei verdadeiramente pasmada quando os paralelismos entre situações vividas começaram a tornar-se evidentes, o que dantes não acontecia. Aquilo eram enredos de ficção, ou coisas que só acontecem em Nova Iorque. Mas não é que 10 anos depois, acontece tudo muito da mesma maneira em Lisboa? Claro que não é exactamente da mesma maneira - em Lisboa não há tantos modelos, nem tantos sapatos de 500 dólares e muito menos ruas nas quais seja possível andar com eles, nem tantos bares e restaurantes onde encontramos toda a gente completamente por acaso, e por cá (pela real life, that is) há mais fineza na escala de cinzentos e não há tamanha obcessão pelo casamento, valha-nos Santo António, mas a ficção tem destas coisas.

O que é ainda mais interessante é que o que penso acerca dessas mesmas situações mudou - e, em alguns casos, radicalmente. Gostamos de pensar que as pessoas não mudam, mas a verdade é que mudamos e nem sempre pelas melhores razões, nem sempre porque queremos, às vezes porque o que nos rodeia muda e não temos outra escolha que não adaptar-nos; às vezes, raramente mas finalmente, mudamos porque compreendemos que assim não chegamos a lado nenhum.



*(and isn't afraid to ask)

2 comentários:

Me disse...

ah ah ah ! Vou ter que rever a série também, ver então se isso que dizes é verdade... provavelmente não, sou demasiado básica e cinzenta ....

:)

o bicho furioso disse...

Tem graça, quando a série começou a dar eu estava convencida que quando crescesse ía ser tal e qual como a Carrie: um apartamento só para mim, um closet cheio de sapatos, completamente cheia de sucesso no que quer que fosse que eu decidisse que ía ser a minha profissão e imenso, imenso azar com os namorados....

....bem, saiu-me tudo ao contrário...(estou a tentar encher um closet cheio de sapatos, mas a) não tenho closet e b) de cada vez que compro um par de sapatos o meu namorado de há quase uma década farta-se de reclamar porque eu não preciso de mais nenhum par de sapatos, onde é que os vou arrumar, blah, blah, blah, blah.... e pronto, COMO É ÓBVIO, não são Manolos porque o salário que me pagam para fazer uma coisa para a qual sou nitidamente sobrequalificada não chega para tanto....são dois parzitos de Camper por ano e já vou com sorte!